MENINA DE 4 ANOS

Delegado é acusado de apontar arma para criança em ação por descumprimento de medida protetiva

Uma mulher teria se aproximado do enteado do agente da Polícia Civil após a expedição uma medida em favor do adolescente.

delegado-aponta-arma-para-crianca-em-acao-por-descumprimento-de-medida-protetiva
Delegado entrou na casa com mais três agentes armados com fuzis (Crédito: Reprodução/ Redes Sociais)

Uma mulher foi detida dentro da própria casa pelo delegado Bruno França, da Polícia Civil, porque teria descumprido uma medida protetiva. Ela afirma que o agente apontou uma arma para a filha de 4 anos que estava no local, um condomínio de luxo em Cuiabá. A medida protetiva em questão, seria em favor de um adolescente de 13 anos, enteado do delegado.

Publicidade

Câmeras de segurança da casa da mulher filmaram o momento em que o delegado entra no local acompanhado de outros agentes armados com fuzis. Ele arromba a porta, exige que os presentes se deitem no chão e, conforme avança na ação, diz que vai explodir a cabeça da mulher.

Informações do G1 revelam que a mulher, que não quis ser identificada, narrou o momento em que a criança de 4 anos pede que o delegado pare a ação, ao que ele responde “manda essa menina calar a boca“.

A mulher que havia passado recentemente por uma cirurgia e tinha drenos nas mãos contou que, no momento, fazia a filha dormir enquanto assistia à televisão e o marido passava por uma sessão de massagem. “Ninguém entendeu aquele absurdo. Foi uma cena de terror, ameaça o tempo inteiro. Nada justifica essa agressividade”, disse.

Até o momento, França não se manifestou.

Publicidade

Histórico

O advogado de Bruno França enviou uma nota à imprensa na terça-feira (29) alegando que a mulher perseguia seu enteado, além de agredi-lo verbalmente e fazer ameaças à integridade física do adolescente. A última agressão, segundo ele, teria acontecido na última segunda-feira (28), ocasião na qual “na condição de autoridade policial, pediu apoio de outros agentes de segurança e, tendo conhecimento da medida protetiva expedida pela Justiça, efetuou a prisão em flagrante“.

O advogado que representa a mulher, Rodrigo Pouso, afirma que a família morava em outro condomínio, onde o filho de 11 anos foi agredido e sofreu bullying por outras crianças do bairro, incluindo o enteado do delegado. Apesar dos esforços da família para controlar a situação e entrar em contato com os pais das crianças que agrediam o menino, sem qualquer retorno, por isso se mudaram para um novo condomínio.

O agente da Polícia Civil alega que mesmo após a mudança, a mulher ainda perseguia e agredia o enteado verbalmente.

Publicidade

Medida Protetiva

O delegado liderava a ação contra a mulher acompanhado de outros três policiais da Gerência de Operações Especiais (GOE) armados com fuzis. A motivação foi o descumprimento de uma medida protetiva pela mulher, que não poderia se aproximar do enteado de Bruno França. De acordo com o governo estadual, a medida foi expedida em meio a uma investigação da Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente.

Rodrigo Pouso afirmou, porém, que nem ele ou a sua cliente receberam qualquer notificação sobre a medida protetiva ou sabiam do teor dela. Consta no processo que um oficial de justiça tentou notificá-la no bairro em que morava antes. O documento se aplicaria à escola e ao condomínio do enteado do delegado, de onde a mulher e a família já se mudaram.

Alguém trouxe esse menor [no condomínio]. Como cumprir uma medida protetiva que ela não tem conhecimento e no condomínio onde ela mora? Quem errou foi quem trouxe o menor no condomínio. Quem não era para estar lá era o menor”, afirmou Pouso.

Publicidade

Ao site BHAZ, ele disse ainda que a família chegou a mover um processo contra o delegado pelo filho ter apanhado do enteado. “Nós processamos ele primeiro, mas ficou com raiva, fez um protesto e fez essa medida de proteção para o filho dele. Na segunda, o enteado foi no condomínio dela, ligou para o pai falando que ela tava lá, mas ela estava lá porque mora lá”, disse ao portal.

O advogado, em nome da família, deve pedir o afastamento de Bruno França, além de processá-lo por danos materiais e morais.

Publicidade

Assine nossa newsletter

Cadastre-se para receber grátis o Menu Executivo Perfil Brasil, com todo conteúdo, análises e a cobertura mais completa.

Grátis em sua caixa de entrada. Pode cancelar quando quiser.