A jornalista Cristiana Lôbo morreu na última quinta-feira (11), aos 64 anos, em decorrência de um mieloma múltiplo, contra o qual lutava há anos, agravado por uma pneumonia.
O mieloma múltiplo é um tipo de câncer que afeta a medula óssea, tecido do corpo responsável pela produção dos componentes do sangue, mais comum entre pessoas idosas.
Em pacientes com mieloma, a medula passa a produzir plasmócitos, um tipo de célula do sangue, doentes que se dividem de forma anormal e provocam lesões focais, ou que se espalham pelo corpo, no caso do mieloma múltiplo.
Os sintomas mais frequentes são problemas ósseos, fraqueza e tontura, insuficiência renal e impactos no sistema nervoso, como dor intensa, dormência e fraqueza muscular.
Nas análises de laboratório, os pacientes com a doença apresentam baixas taxas de glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas no sangue, além de maiores níveis de cálcio.
O mieloma múltiplo também pode causar confusão, tontura e sintomas de um AVC, em decorrência de eventuais interferências no fluxo de sangue para o cérebro. A doença também pode causar falhas nos rins, por causa do tipo específico de células doentes produzidas.
Os sintomas do mieloma múltiplo são diversos porque as células cancerígenas se multiplicam de forma desordenada, atacando várias partes do corpo prejudicando o funcionamento do corpo. Por conta dos sintomas diversificados, o diagnóstico pode levar algum tempo. “É comum que você veja o paciente chegando na clínica com a doença avançada”, afirma a Dra. Adriana Sheliga, médica hematologista, oncologista e pesquisadora do instituto Oncoclínicas.
O tratamento da doença, por isso, deve ser multiprofissional atendendo todas as necessidades do paciente. O tratamento usado normalmente envolve a presença de remédios corticoides, imunomoduladores e quimioterápicos.
Em alguns casos, o transplante de medula autólogo, quando a medula transplantada é a do próprio paciente. Todos os tratamento são voltados para elevar a qualidade de vida do paciente e gerar maior sobrevida após o diagnóstico, uma vez que o mieloma múltiplo ainda não é curável.
“É importante ressaltar que a qualquer sinal de problema ou sintoma, é indispensável que as pessoas procurem um médico, profissional da saúde especializado, para que o tratamento seja iniciado precocemente”, alerta a Dra. Adriana Scheliga.
Avanço nos tratamentos
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou em sua reunião na última quinta-feira (11) uma nova terapia voltada ao tratamento do mieloma múltiplo.
O novo tratamento é baseado em um método de alteração genética celular. A terapia retira e estuda células da medula do próprio paciente e as modifica para que reconheçam as células cancerígenas. Depois, as células modificadas são inseridas no paciente que, assim, passa a ter células que possam reagir ao tumor.
A terapia conhecida como CART-T está sendo desenvolvida pela Farmacêutica Janssen, com sede nos Estados Unidos. A autorização da CTNBio não assegura a permissão para o uso da terapia. O tratamento ainda deve ser submetido ao pedido de registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Cabe ao órgão a avaliação da segurança e eficácia do novo tratamento e posteriormente sua liberação para oferta ao público.
“A gente tem visto com algumas patologias resultados fantásticos com a terapia [CART-T]”, afirmou a Dra. Adriana. “Se isso é uma potencial cura, só o tempo dirá”, conclui.
Morre a jornalista Cristiana Lôbo, em São Paulo.
— GloboNews (@GloboNews) November 11, 2021
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