RIO DE JANEIRO

MP recebe denúncias contra influenciadoras que entregavam banana e macacos de pelúcia a crianças negras

Caso veio à tona após a advogada Fayda Belo denunciar o fato, o vídeo apresenta o chamado “racismo recreativo”

MP-INFLUENCIADORAS
(Crédito: Reprodução redes sociais)

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) recebeu, até esta quarta-feira (31), 690 comunicações com denúncias relativas a um vídeo do canal das influencers Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves no Tiktok. Nas imagens, elas dão uma banana e um macaco de pelúcia para duas crianças negras. Veja o vídeo:

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O MPRJ afirmou que o caso será analisado e tomará medidas cabíveis. A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) também vai abrir um inquérito para apurar a conduta das tiktokers.

No inquérito que será aberto na Decradi, os investigadores vão apurar se Kerollen e Nancy praticaram crime de racismo ou injúria racial e se também infringiram algum crime do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

O caso veio à tona após a advogada Fayda Belo, especialista em direito antidiscriminatório, denunciar o fato. A advogada destacou que o vídeo apresenta o chamado “racismo recreativo”, que ocorre quando alguém usa de “discriminação contra pessoas negras com intuito de diversão”. Não há informações sobre o local exato dos registros.

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A advogada Fayda Belo protestou sobre o vídeo e disse que a situação faz piada e animaliza crianças negras.

“O nome disso é racismo recreativo. Usar da discriminação contra pessoas negras com intuito de diversão, de descontração, de recreação, agora é crime, anjo. Você pode receber uma pena de até quase 8 anos de cadeia, que é o que eu espero que aconteça. Paralelo a isso, é bom lembrar: que o artigo 17 do Estatuto da Criança Adolescente diz que é inviolável a integridade moral do menor, bem como a sua imagem deve ser preservada. Pode sair por aí usando imagem de criança, não. Embaixo, o 18 diz que é proibido. Expor menores de idade a constrangimento, a vexame, a humilhação, a ridicularização em público”, afirmou Fayda Belo.

Repercussão

O assunto repercutiu nas redes sociais.

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