Rosangela e Maria Lúcia: mulheres-chave na aliança tecida por Lula e Alckmin

O fato de Lula da Silva e Geraldo Alckmin estarem juntos indica que formariam a fórmula presidencial 2022. Qual é o papel de Rosangela da Silva e Maria Lúcia Guimarães nessa nova aliança?

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Colunistas políticos, como Reinaldo Azevedo, da Folha de São Paulo, não têm dúvidas sobre a importância da foto dos candidatos e de suas esposas (Crédito: Canva Fotos)

As fotos falam por si mesmas, nela estão Lula da Silva com a socióloga Rosangela da Silva, e Geraldo Alckmin com a professora Maria Lúcia Guimarães. E mais, nesse caso dois casais estão sorrindo, diríamos até felizes, na imagem. Os quatro foram capturados pelas câmeras que aguardavam ansiosamente no último domingo (19), em um jantar realizado em São Paulo e que contou com mais de 500 comensais e 40 jornalistas dos mais importantes veículos de comunicação do Brasil.

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Por que tanto “barulho” em torno de um encontro que até pareceria normal?

Primeiro, porque tanto o ex-presidente brasileiro quanto o ex-governador de São Paulo apareciam juntos na sociedade. Assim, ao que tudo indica, ambos farão parte da fórmula presidencial para 2022, conforme prevê o forte apoio recebido. Mas, caso houvesse dúvidas, a inclusão das duas mulheres confirma a decisão política; e sugere que doravante não haveria espaço para um eventual fracasso da aliança. Há uma terceira interpretação: a captura fotográfica do quarteto é típica da tradição familiar, que o atual presidente Jair Bolsonaro tanto reivindicou durante sua campanha em 2018.

Mas quem são essas senhoras? Qual é a trajetória pessoal que pode identificá-los?

Rosangela tem 55 anos, completou agosto passado, e está concluindo o doutorado em ciências sociais, com foco em pesquisas sobre o pensamento político e social brasileiro. Chamada de Janja por seus amigos, seu perfil no Twitter é: @JanjaLula. Neste ano, ela acompanhou o candidato presidencial do PT à Europa e Argentina. Há uma foto, em Buenos Aires, que mostra o líder quando ele abre a porta do carro em que estavam viajando para que ela saia. “Como posso não amá-lo?” tuitou a sra.

Ela conhece o ex-presidente desde 1993, quando protagonizou as “caravanas da cidadania” que o levaram por todo o país. Mas a paixão remonta a 2017, quando Rosangela morava em Curitiba (embora seja “natural” de São Paulo) e visitou o líder político em seu presídio na sede da Polícia Federal naquela cidade. Por muito tempo trabalhou na Itaipu Binacional, a grande barragem elétrica paraguaio-brasileira. Membro do Partido dos Trabalhadores, sua relação pessoal com Lula só transcendeu no início de 2020, depois que o ex-chefe de Estado confessou a um amigo, o economista Luiz Carlos Bresser Pereira, seu amor pela nova parceira.

Maria Lúcia Guimarães Ribeiro Alckmin, mais conhecida como Lu Alckmin, é muito mais conhecida na mídia política do que Rosangela, esposa de Lula. É casada com o ex-governador de São Paulo desde 1979 e tem 60 anos. Eles têm dois filhos: Thomaz e Geraldo Jr, além de duas netas: Julia e Isabela. Alckmin, o ex-presidente de São Paulo, é um político ao estilo da UCR dos anos 90 na Argentina; É do Partido Social Democrata do Brasil (PSDB), o mesmo fundado pelo ex-chefe do Estado Fernando Henrique Cardoso. Este dirigente, que se reuniu com Lula em maio passado, é creditado com parte da montagem do pacto que culminará em março, quando os candidatos forem apresentados oficialmente. A intenção é formar uma coalizão que reúna a esquerda e o centro, incluindo o centro-direita tanto quanto possível. Os partidos mais “progressistas” praticamente já estão lá dentro. Eles fazem parte da frente que, historicamente, se aglutinou em torno de Lula para garantir os votos necessários.

Nesse sentido, a nova associação que vai incluir uma parte importante do PSDB “cardosista”, tem um benefício adicional: garantir a governança a partir de 1º de janeiro de 2023, quando o próximo presidente do Brasil tomará posse.

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Colunistas políticos, como Reinaldo Azevedo, da Folha de São Paulo, não têm dúvidas sobre a importância da foto dos candidatos e de suas esposas. “Simboliza um compromisso maior do que o mero acordo para ganhar as eleições”, descreveu. E tem razão: como ele mesmo ressalta, Lula não precisaria de Alckmin para garantir a vitória, como indicam as pesquisas. A nova sociedade “indica que é possível ter um consenso civilizador de governança e progresso social”.

*Por Eleonora Gosman – Autor do Brasil sete dias. De São Paulo, Brasil.

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Perfil Brasil.

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*Texto publicado originalmente no site Perfil Argentina.

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