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Rãs fêmeas se ‘fingem de mortas’ para evitar reprodução, aponta estudo

Pesquisa aponta que as rãs comuns na Europa usam tática inusitada para afastar acasalamento agressivo com machos

As rãs europeias (Rana temporaria) são "reprodutoras explosivas", o que significa que sua temporada de acasalamento é muito curta.
(Crédito: Carolin Dittrich/Berlin Museum of Natural History)

As rãs europeias (Rana temporaria) são “reprodutoras explosivas“, o que significa que sua temporada de acasalamento é muito curta. A cada primavera, em um período de duas semanas, os machos competem entre si para acasalar com o maior número possível de fêmeas.

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Acontece que o número da população de machos é muito maior, o que faz com que muitos deles tentem “montar” na mesma parceira em potencial ao mesmo tempo. Isso forma o que os especialistas chamam de “bola de acasalamento“.

A bola de acasalamento entre rãs/ Crédito: Carolin Dittrich/Berlin Museum of Natural History

O comportamento, no entanto, pode ser extremamente prejudicial para as fêmeas, que quando não acabam se afogando, podem ser esmagadas até a morte. Até então, os pesquisadores acreditavam que as fêmeas eram passivas durante esse período, mas um estudo recente publicado na revista Royal Society Open Science aponta que as coisas não são bem assim.

“Em vez de serem passivas e indefesas, descobrimos que as fêmeas podem usar três estratégias principais para evitar machos com quem não querem acasalar — seja porque não estão prontas para procriar ou porque não querem acasalar com determinado macho”, disse a coautora do estudo, Carolin Dittrich, pesquisadora do Museu de História Natural de Berlim, ao Live Science.

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As táticas das rãs

Para realizar o estudo, os pesquisadores coletaram rãs machos e fêmeas durante o período de reprodução e os dividiram em tanques. Ao observarem seus comportamentos, descobriram que as fêmeas usavam três meios para fugir do sexo: rolar, emitir grunhidos ou a chamada “imobilidade tônica“.

A estratégia mais comum era rolar, que consiste em a fêmea rolar de costas enquanto o macho está em cima dela. O estudo apontou que 83% delas faziam a manobra evasiva. “Isso coloca o macho debaixo d’água, então ele a solta para evitar afogamento“, explica Dittrich.

A segunda tática é a emissão de grunhidos que imitam os “chamados de soltura” — sons feitos pelos machos para impedir de serem montados por outros machos involuntariamente. Quase metade das fêmeas também usou essa tática.

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Por fim, um terço delas optou por se “fingir de morta” quando os machos se aproximavam. Os pesquisadores apontam que as fêmeas ficavam paradas com os membros estendidos, numa demonstração de imobilidade tônica.

“Para nós, parece que a fêmea está se fingindo de morta, embora não possamos provar que é um comportamento consciente”, diz a pesquisadora. “Poderia ser apenas uma resposta automática ao estresse”.

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