salários insuficientes

Financial Times alerta: famílias argentinas “estão em crise” enquanto os mercados “aplaudem Milei”

Enquanto o libertário destacava o superávit fiscal do primeiro trimestre do ano como “uma proeza de proporções históricas e globais”, “nas ruas de Buenos Aires, esse sucesso parece distante”, afirma o jornal

Enquanto o presidente Javier Milei comemora "um excesso de vitórias econômicas", a "austeridade e desregulamentação" que "impulsionam o otimismo do mercado, agravaram a pior crise econômica da Argentina em duas décadas", alertou na sexta-feira o prestigioso jornal britânico, Financial Times.
Presidente argentino Javier Milei – Créditos: Cedoc Perfil

Enquanto o presidente Javier Milei comemora “um excesso de vitórias econômicas”, a “austeridade e desregulamentação” que “impulsionam o otimismo do mercado, agravaram a pior crise econômica da Argentina em duas décadas”, alertou na sexta-feira o prestigioso jornal britânico, Financial Times.

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Com o título “Os lares argentinos enfrentam uma crise financeira enquanto os mercados aplaudem Javier Milei”, o relatório do jornal especializado em economia e negócios afirmou que, enquanto o libertário destacava o superávit fiscal do primeiro trimestre do ano como “uma proeza de proporções históricas e globais”, “nas ruas de Buenos Aires, esse sucesso parece distante”.

“A austeridade e a desregulamentação que impulsionam o otimismo do mercado têm aprofundado, pelo menos a curto prazo, a pior crise econômica da Argentina em duas décadas. A economia contraiu 3,6% nos primeiros dois meses de 2024 em comparação com o mesmo período do ano anterior, e os gastos dos consumidores despencaram”, destacou o texto.

De acordo com o Índice de Vendas no Varejo (IVM) da Confederação Argentina da Pequena e Média Empresa (CAME), o consumo caiu 22,1% até o momento em 2024, chegando a atingir até mesmo uma mínima histórica em termos interanuais em janeiro, com uma contração de 28,5%.

A nota lembrou que o FMI previu uma contração econômica de 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano devido à recessão, um número que sobe para 3,5% para os economistas que fazem parte do Levantamento de Expectativas de Mercado (REM).

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Argentina de Milei tem preços europeus e salários abaixo da linha da pobreza

“É uma época muito difícil”, disse Rodrigo, um jovem de 27 anos de Moreno, em entrevista ao FT. Ezequiel, um taxista de Buenos Aires, apontou para o aumento dos preços dos combustíveis, que, segundo relatou o meio, “reduziu seu salário líquido diário para US$ 10, menos do que o preço de uma garrafa de azeite de oliva”. “Como se espera que minha família sobreviva com isso?”, perguntou a Ciara Nugent, autora do texto.

O Times alertou para uma disparada na inflação anual, que atingiu 287% em março de acordo com os dados recentes divulgados pelo INDEC, e afirmou: “Os preços dos alimentos alcançaram níveis comparáveis aos das capitais europeias em um país que oferece uma fração dos salários”.

*Leia a matéria completa (em espanhol) em Perfil.com

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