COOPERAÇÃO INDUSTRIAL E TECNOLÓGICA

Acordo entre UE e Mercosul é de interesse mútuo, diz chanceler alemão no Brasil

Olaf Scholz ressaltou que cooperação entre os países representa o futuro do suprimento energético.

Acordo entre UE e Mercosul é de interesse mútuo, diz chanceler alemão no Brasil
Olaf Scholz falou à imprensa após reunião com Lula (Crédito: Reprodução/ TV Brasil)

Após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Olaf Scholz, chanceler alemão, declarou que existe interesse mútuo no acordo entre União Europeia (UE) e Mercosul. “O presidente Lula e eu concordamos que o acordo UE e Mercosul é do interesse de ambas as regiões e ambos queremos que haja um rápido avanço desta questão”, disse.

Publicidade

Scholz enfatizou que o motivo pelo qual a união entre as regiões é importante é justamente a questão energética. A Europa sofre com o desabastecimento de gás depois da cessão do fornecimento pela Rússia como resposta à falta de apoio na guerra contra a Ucrânia.

“Vocês têm muita experiência com energias renováveis e enormes potenciais através da produção e da exportação de hidrogênio verde e seus respectivos produtos. O Brasil dispõe de muitos recursos naturais importantes para a transição energética”, explicou.

O foco do discurso de Scholz foi no aproveitamento da utilização e exportação do hidrogênio verde e produtos derivados. “O tema central de nossa cooperação será o futuro do nosso suprimento energético”, ressaltou.

RESPOSTA DE LULA

O presidente Lula reagiu à fala de Scholz e lembrou que o acordo entre UE e Mercosul quase foi fechado durante seu último mandato. Ele reconheceu que a divergência foi da parte do Brasil e da Argentina, que não concordaram com o impedimento da reindustrialização dos países.

Publicidade

“Estive essa semana com o presidente da Argentina e conversamos um pouco sobre o acordo e nós vamos trabalhar de forma muito dura para que a gente possa concretizar esse acordo. Alguma coisa tem que ser mudada, ele não pode ser feito tal como ele está lá”, respondeu Lula quando questionado se pretendia manter os mesmos moldes do acordo pensado em 2010.

Lula deixou claro que, apesar de serem flexíveis e estarem dispostos a demonstrar essa flexibilidade, as compras governamentais são assunto caro ao Brasil e à Argentina. “Se a gente abrir mão disso, a gente está jogando fora a oportunidade das nossas pequenas e médias empresas crescerem.”

O presidente ressaltou que espera a conclusão do acordo antes do fim do primeiro semestre do ano, prazo que Scholz considerou ousado, mas que não descartou. “Impressionante esse anúncio de chegar a uma conclusão de um acordo tão ambicioso em tão pouco tempo”, expressou o chanceler alemão.

Publicidade

Siga a gente no Google Notícias

Assine nossa newsletter

Cadastre-se para receber grátis o Menu Executivo Perfil Brasil, com todo conteúdo, análises e a cobertura mais completa.

Grátis em sua caixa de entrada. Pode cancelar quando quiser.