A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, decidiu assumir a sua própria defesa em um processo que responde por corrupção. Nas alegações finais, proferidas nesta sexta-feira (23), a ex-presidente disse que sua intervenção “não é uma concessão graciosa do tribunal”.
Cristina afirmou que sua formação como advogada a permite ter alguma defesa. “Se eu não tivesse a sorte de ser advogada, estaria em estado de indefesa diante da extensão do argumento do promotor. (…) Estamos diante de um caso claro de prevaricação. O promotor (Diego) Luciani e o promotor (Sergio) Mola mentiram na declaração da acusação”.
O Ministério Público argentino pede 12 anos de prisão para a vice-presidente, além de pedir para a Justiça proibir qualquer futura participação dela na política. O julgamento de Cristina Kirchner começou em 2019, quando foi acusada de corrupção por ter direcionado obras públicas para a empresa de Lázaro Báez, empresário do país. Para os promotores, ela é culpada de associação ilícita e de administração fraudulenta agravada. As obras públicas investigadas estão localizadas na província de Santa Cruz, reduto político da família Kirchner.
Devido aos privilégios parlamentares, Cristina não pode ser presa e nem ter o seu mandato cassado até que haja uma decisão final do Supremo Tribunal de Justiça da Argentina. O veredito deve ser apresentado até o final deste ano.
Presidentes de Argentina, Colômbia, Bolívia e México assinam carta conjunta em defesa de Cristina Kirchner.
Afirmam que Cristina é alvo do judiciário em uma tentativa de “sepultar os valores e ideais que representa, com o objetivo final de implantar um modelo neoliberal”. https://t.co/HTP5EayQod
— Thales Schmidt (@tschmidtb) August 24, 2022