O enviado especial do governo de Joe Biden, John Kerry, estará no Brasil entre os dias 26 e 28 de fevereiro. A confirmação é da embaixada dos Estados Unidos. A parada no país é a primeira de uma semana que ainda tem encontros no Panamá e no estado americano do Texas.
Em território brasileiro, ele participará de reuniões com membros do Congresso Nacional, do poder Executivo e da sociedade civil para discutir temas como: crise climática, desmatamento e os próximos passos da entrada do país norte-americano no Fundo Amazônia.
A autoridade deve dar continuidade ao Grupo de Trabalho de Mudanças Climáticas Brasil-EUA, criado por Biden e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante visita do petista a Washington. O grupo foi instituído em 2015, em acordo diplomático entre Dilma e Obama.
“Eles vão discutir oportunidades para o Brasil e os EUA colaborarem no combate à crise climática, coibindo e revertendo o desmatamento, avançando na transição para a energia limpa e construindo uma bioeconomia forte”, diz a embaixada, em nota à imprensa.
Lula nos Estados Unidos
Os presidentes Lula e Biden se encontraram no dia 10 de fevereiro, na Casa Branca. Ainda antes da reunião privada, os representantes falaram com a imprensa do lado de fora da residência presidencial em defesa da democracia e atentaram para a importância de uma parceria entre os dois países no combate às mudanças climáticas.
Lula falou sobre os episódios antidemocráticos que marcaram as eleições dos dois presidentes, a invasão do capitólio e a depredação dos prédios dos Três Poderes. “Nós agora temos alguns problemas para trabalharmos juntos. Primeiro, nunca mais permitir que haja um novo capítulo do Capitólio. E que nunca mais haja o que aconteceu no Brasil, com a invasão do Congresso Nacional, do palácio do Presidente e da Suprema Corte”, afirmou o presidente brasileiro. Ele também relembrou e agradeceu o “reconhecimento” de sua vitória nas eleições por Biden.
Ambos ressaltaram a necessidade da preservação da Amazônia. “Cuidar da Amazônia hoje é cuidar do planeta Terra. E cuidar do planeta Terra é cuidar da nossa sobrevivência. Por isso, todos nós temos a obrigação de deixar para os nossos filhos e netos um mundo melhor do que o recebemos dos nossos pais”, disse Lula.
O representante do executivo brasileiro também chamou a atenção para a necessidade de uma aliança entre os países contra o aquecimento global. Lula disse que “se não tiver uma governança global forte, que tome decisões que todos os países sejam obrigados a cumprir, não vai dar certo”.
Em seu momento de falar, Biden também ressaltou a defesa da democracia e o simbolismo das duas maiores democracias do hemisfério juntas “rejeitando a violência política e defendendo os valores das nossas instituições democráticas”. Ele falou ainda em defesa dos direitos humanos e do estado democrático de direito.
O presidente americano também fez referência ao aquecimento global. “Nossos valores compartilhados e os fortes laços entre os nossos povos tornam o Brasil e os EUA parceiros naturais para enfrentarem os grandes desafios atuais, globais, mas especialmente a mudança climática“, declarou.
O encontro foi importante para debater temas como a desigualdade racial e até mesmo a guerra na Ucrânia. Ele marca uma reaproximação dos países depois do contato ter sido cessado entre Biden e o ex-presidente Jair Bolsonaro, algo que Lula fez questão de ressaltar em diversos momentos de suas falas.
Embaixada dos EUA confirma visita do assessor especial da Casa Branca para o Clima, John Kerry, ao Brasil, na semana que vem. Ele terá reuniões com Alckmin, Marina, Guajajara e outros.
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— GloboNews (@GloboNews) February 24, 2023