
O presidente Javier Milei adiou para terça-feira (12) a apresentação das primeiras medidas econômicas. O Banco Central (BC) da Argentina anunciou que o mercado argentino de câmbio não operará esta segunda-feira (11) de forma tradicional.
Em caráter excepcional, as operações de hoje serão aprovadas uma a uma, o que deve adiar a esperada grande desvalorização prometida da moeda argentina.
Na quinta-feira passada (7), o mercado oficial fechou em 364 pesos por dólar e havia expectativa de que o novo governo Milei desvalorizasse a moeda em até 100%, para patamar entre 600 pesos e 700 pesos por dólar. Sexta foi feriado na Argentina. No mercado paralelo, as cotações já operam há várias semanas no patamar próximo de 1.000 pesos por dólar.
Em comunicado divulgado, o BC argentino informou pela manhã aos bancos e corretoras que decidiu “aplicar hoje a regra de conformidade prévia a todas as operações de demanda registradas no mercado de câmbio”. Com esse funcionamento excepcional, as operações com moedas estrangerias serão analisadas “em função da prioridade”.
“A medida foi adotada para dar tempo à gestão do Poder Executivo de cumprir com os trâmites administrativos para a conformação das novas autoridades e anunciar e implantar políticas que levarão adiante”, cita a nota do BC da Argentina.
Atualmente, as reservas cambiais da Argentina são negativas, o que significa que os dólares existentes nas reservas internacionais do país são insuficientes para pagar todos os atuais compromissos em moeda estrangeira. Em razão deste fato, há uma série de medidas de restrição à compra da moeda estrangeira: o chamado “cepo cambiario”.
Para as empresas, a medida impõe restrições de acesso a dólares para, por exemplo, pagar importações. Companhias precisam de autorização do governo para importar e, depois, precisam ter aval do BC para comprar os dólares. Isso atrasa pagamentos internacionais em boa parte dos setores da economia argentina. Entre as pessoas físicas, há um limite mensal para compra de US$ 200 por pessoa.
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