crise humanitária

Mulheres palestinas grávidas em Gaza enfrentam “escolha insustentável”

Até 31 de outubro, mais de 3.500 crianças foram mortas neste conflito – uma média de 140 por dia

As gestantes que vivem na Faixa de Gaza têm se deparado com um dilema: ficar onde estão e correr risco de bombardeio, ou buscar um hospital.
(Crédito: Ahmad Hasaballah/Getty Images)

As gestantes palestinas que vivem na Faixa de Gaza têm se deparado com um dilema complexo. Essa escolha, segundo Laila Baker,  diretora regional para os Estados Árabes no Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA, na sigla em inglês), é “arriscar qualquer entrega que chegue ao local onde residem e correr o risco de bombardeio, ou tentar chegar a uma das instalações de saúde que funcionem razoavelmente”.

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Essas instalações estão, contudo, “superlotadas e anti-higiênicas”, disse Baker à emissora Al Jazeera. Se as mulheres precisarem de uma cesariana, “a evidência anedótica que chega agora é que muitas delas ficaram sem anestesia”.

O UNFPA estima que existam 50 mil mulheres grávidas na Faixa de Gaza, incluindo aproximadamente 5.500 que deverão dar à luz nos próximos 30 dias.

Não consigo imaginar, como mulher, ser confrontada com esse tipo de escolha, onde você está tentando trazer vida a este mundo, trazer alegria, um novo membro na família – e ao mesmo tempo você está traumatizada, com medo por si mesma e por seu filho”, disse Baker.

Risco constante em Gaza

Uma apuração divulgada pela emissora aponta que o número de crianças mortas em Gaza em apenas três semanas ultrapassou o número anual de vítimas nessa mesma faixa etária que perderam a vida em zonas de conflito pelo mundo desde 2019.

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A Faixa de Gaza é agora um “cemitério” para milhares de menores de idade, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU). Até 31 de outubro, mais de 3.500 crianças foram mortas neste conflito – uma média de 140 por dia. Outras 6.360 crianças ficaram feridas, muitas com sequelas que mudaram suas vidas permanentemente.

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