O GIGANTE

O temor que a China ‘se feche’ em meio à repressão e ao nacionalismo

O sentimento nacionalista chinês tem crescido nos últimos anos, principalmente no contexto da crescente concorrência com os EUA

O temor que a China ‘se feche sobre si mesma’ em meio à repressão
(Crédito: Canva Fotos)

Quando a contadora Cai Yutong, de 29 anos, sacou seu iPhone 13 em um Starbucks nos arredores de Xangai, China, sua colega sentada à sua frente se aproximou. “Você sabe, eles estão lançando um novo telefone Huawei, certo?” ela perguntou, segundo Cai, que narrou o episódio à Al Jazeera.

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A Huawei é uma empresa gigante da indústria de telecomunicações e eletrônicos de consumo da China e uma grande produtora de smartphones.

Antes que Cai pudesse responder à pergunta, sua colega tirou um celular Huawei de sua bolsa. “Acho que para apoiar totalmente a China contra a América, todos nós precisamos mudar para a Huawei o mais rápido possível”, disse ela e apontou para o iPhone de Cai, antes de tomar um gole de seu café Starbucks.

“Seu nacionalismo não chegou tão longe quanto o café americano na outra mão”, disse Cai à Al Jazeera alguns dias depois. A Starbucks foi fundada na cidade de Seattle, no noroeste dos Estados Unidos.

Cai vê o incidente como sintomático de um novo nacionalismo consumista entre os cidadãos chineses, ansiosos por defender os gigantes nacionais sobre os rivais estrangeiros.

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Huawei e Apple lançaram recentemente novos modelos em suas coleções de smartphones com poucos dias de diferença. O novo smartphone Huawei contém microchips avançados produzidos internamente e é uma fonte de orgulho tecnológico nacionalista na China.

E enquanto milhares de consumidores chineses ainda faziam fila do lado de fora das lojas da Apple na manhã de 22 de setembro para estar entre os primeiros a comprar o iPhone 15, a gigante da tecnologia com sede na Califórnia se viu cada vez mais alvo de um reflexo da rivalidade latente entre os EUA. e China.

Em setembro, foi relatado que autoridades chinesas e funcionários do governo estavam sendo proibidos de usar iPhones – o que foi posteriormente negado pelo Ministério das Relações Exteriores.

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Enquanto isso, uma foto de um funcionário da Apple no site da Apple gerou furor, pois se dizia que reforçava os estereótipos racistas sobre o povo chinês – mais tarde descobriu-se que era a fotografia de um funcionário que era nativo americano – e o popular ator chinês Liu Jin gravou a si mesmo jogando seu iPhone no chão em frente a uma loja da Apple porque estava chateado com o atendimento ao cliente que recebeu.

“A situação do iPhone se transformou em uma vitrine para o nacionalismo chinês”, disse Yao-Yuan Yeh, professor de estudos internacionais com foco em Taiwan, China e Japão na Universidade de St Thomas, nos Estados Unidos, à Al Jazeera.

Segundo o professor, o nacionalismo tem aumentado na China nos últimos anos, especialmente no contexto da crescente concorrência da China com os EUA.

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*A reportagem completa você encontra no site da AlJazeera.com

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