CONTRA O RACISMO

Fabiano Contarato presta solidariedade à deputada Benedita da Silva

O parlamentar enfatizou sua visão de que o país continua a julgar as pessoas pela cor da pele e a criminalizar a pobreza

Fabiano Contarato presta solidariedade à deputada Benedita da Silva
Senador Fabiano Contarato (PT-ES) – Crédito: Jefferson Rudy/Agência Senado

No Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial, celebrado nesta quarta-feira (3), o senador Fabiano Contarato (PT-ES) fez um pronunciamento no Plenário defendendo maior conscientização e ações contra o racismo e expressou solidariedade à deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), que relatou ter sido vítima de um ataque racista na Câmara dos Deputados.

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Contarato fez um apelo por justiça e igualdade, destacando a persistência do racismo estrutural no Brasil. O parlamentar enfatizou sua visão de que o país continua a julgar as pessoas pela cor da pele e a criminalizar a pobreza.

Eu sonho com o dia em que eu não vou ser julgado por minha orientação sexual. Eu sonho com o dia em que meus filhos não vão ser julgados por serem pretos ou que a mulher não vai ser julgada por ser mulher ou um homem por ser idoso. Esse dia não chegou. Mas eu estarei aqui bradando, gritando, para falar que eu não compactuo com o Estado democrático que criminaliza a cor da pele“, disse.

Contarato destacou estatísticas sobre a população carcerária brasileira, revelando que, segundo dados apresentados por ele, 70% são pretos. O senador argumentou que esse percentual não reflete os crimes que mais afetam a população do país e afirmou que o Parlamento compartilha responsabilidade pelo comportamento da sociedade.

Quando um político desvia verbas da saúde, ele está matando milhões de pessoas. Quando um político desvia verbas da educação, ele está matando milhões de pessoas. E qual é o percentual da população carcerária de crimes contra a ordem tributária, de crimes contra o sistema financeiro? Esses são blindados, por este Parlamento inclusive, porque aqui nesta Casa, sistematicamente, nós aprovamos leis que agravam a discriminação racial no Brasil“, disse.

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Relembre o episódio envolvendo Benedita

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) chamou Benedita de “Chica da Silva durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais.

Zambelli se queixou por não ter recebido permissão para fazer um discurso durante a primeira reunião de mulheres parlamentares dos países do G20, que ocorreu nesta terça-feira (2). No caso, Benedita é coordenadora da Secretaria da Mulher na Câmara dos Deputados e foi escolhida para discursar na abertura do evento.

Eu não vou ter poder de fala, né? Eu não vou falar porque provavelmente… não sei por que que não vou falar. Parece que já foi montada pela Secretaria da Mulher, que é a Chica da Silva”, disse Zambelli.

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O comentário fez referência a Francisca da Silva, conhecida como Chica da Silva, uma mulher escravizada alforriada que ascendeu como uma das figuras mais influentes de Minas Gerais no século XVIII. Na época, isso representou um rompimento das barreiras sociais e raciais. A história dela inspirou obras e virou um símbolo de resistência.

Por meio das redes sociais, Zambelli pediu desculpas a Benedita. “Deputada Benedita, conforme já falamos e me desculpei pela confusão no nome, a senhora sabe que isso passa longe de querer lhe ofender, muito pelo contrário, até porque a história de Chica é uma linda trajetória de coragem e determinação. Um abraço”, afirmou a parlamentar.

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