'pai da soja'

Suspeito de bancar atos golpistas, empresário do agronegócio fica em silêncio na CPMI

Argino Bedin foi à CPMI, nesta terça-feira (3), protegido por um habeas corpus do ministro do STF Dias Toffoli

O empresário Argino Bedin, conhecido como Pai da Soja, não respondeu aos questionamentos durante sessão da CPMI sobre os atos de 8 de janeiro.
(Crédito: Lula Marques/Agência Brasil)

O empresário Argino Bedin, conhecido em Mato Grosso como Pai da Soja, não respondeu aos questionamentos de parlamentares durante sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.

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O empresário do agronegócio foi à CPMI, nesta terça-feira (3), protegido por um habeas corpus do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli, que deu a ele o direito de não responder a perguntas que poderiam incriminá-lo.

Bedin foi convocado por estar na lista de suspeitos de financiarem os atos golpistas, que tiveram início após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em outubro de 2022, quando grupos bloquearam rodovias e acamparam em frente a quartéis de todo o país, pedindo um golpe militar no Brasil.

Argino Bedin é um latifundiário sócio de pelo menos nove empresas e teve as contas bloqueadas por decisão do ministro Alexandre de Moraes”, informa o requerimento do deputado Carlos Vera (PT/PE) aprovado na CPMI.

A relatora da Comissão senadora Eliziane Gama (PSD-MA) destacou na sessão que os alertas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) enviados à CPMI apontaram que, logo após o resultado da eleição, foram enviados à Brasília 272 caminhões, sendo 72 vindos da cidade de Sorriso (MT), onde ficam as fazendas do empresário. Desses, 16 caminhões eram de propriedade de Bedin ou de membros da sua família.

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Eliziane também citou uma série de atos violentos em Sorriso ou próximo à cidade no entorno das fazendas de propriedade de Benin, todas localizadas na BR-163.

No dia 5 de novembro, a Abin faz um alerta de que 180 caminhões originados da cidade de Sorriso já estavam se direcionando para Brasília. No dia 19 de novembro, houve tentativa de explosão da BR-174 em Comodoro, em Mato Grosso, com a intenção de danificar a rodovia, destruindo um duto que passa sob o trecho. Ainda nesse mesmo mês, no dia 19, em Lucas do Rio Verde, cidade vizinha de Sorriso, um grupo atacou a base de uma concessionária e ateou fogo com gasolina”, relatou Eliziane.

A relatora ainda destacou que a Associação dos Produtores de Soja e milho de Mato Grosso do Sul (Aprasoja) está entre os grupos ligados ao chamado Movimento Brasil Verde e Amarelo, que convocou manifestações contra as eleições no Brasil. “Eu teria aqui, na verdade, várias perguntas a fazer porque o Movimento Verde Amarelo recebeu dinheiro, e não foi pouco dinheiro. Ou seja, todas essas manifestações que ocorreram eram subsidiadas”, completou.

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Oposição questiona

Representantes da oposição saíram em defesa do empresário. O deputado Delegado Ramagem (PL-RJ) disse que  Bedin deve ser celebrado por ter “construído um império do agronegócio”. “O senhor está sendo tratado como se fosse responsável por esses vândalos que depredaram o patrimônio público”, afirmou.

Já o deputado Filipe Barros (PL-SC) prestou solidariedade ao empresário acusado de financiar os atos golpistas. “O empresário exemplar para o nosso país, como Argino Bedin, eventualmente ajuda mais uma dessas manifestações. Só que nessa manifestação deu no que deu no dia 8. Ele pode ser responsabilizado por isso? Óbvio que não”, argumentou.

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