A Câmara dos Estados Unidos divulgou nesta sexta-feira (30) dados sobre os impostos do ex-presidente americano Donald Trump. Após as Eleições de Meio de Mandato no país, a maioria do legislativo passa para os republicanos. Antes da mudança, os democratas conseguiram a exposição das informações que indicam a sonegação de impostos por Trump.
O ex-presidente, que já havia anunciado sua pré-candidatura para as eleições de 2024, enfrenta agora um novo desafio de campanha.
Os dados divulgados são referentes aos anos de 2015 a 2020, no entanto a decisão da Suprema Corte dos EUA em favor dos pedidos veio apenas no mês passado depois de anos de esforços dos democratas.
Durante o período de campanha em 2016 Trump se recusou a divulgar os dados em questão indo contra décadas de tradição política de exposição voluntária. Ele chegou a processar o comitê da Câmara tentando impedir que os dados fossem expostos, mas acabou perdendo para os parlamentares na Justiça.
Algumas partes dos documentos foram omitidas por conter informações sensíveis, mas ainda assim foram expostas quase 6 mil páginas, sendo 2,7 mil sobre as restituições de impostos de Donald Trump e sua esposa, Melania Trump, além de 3 mil páginas sobre empresas do político.
Os republicanos, descontentes com o enfraquecimento do aliado, alegaram que os dados podem ser utilizados como arma política e até fizeram alertas aos democratas sobre a possibilidade de abertura de processos semelhantes contra membros do partido adversário.
O comitê da Câmara divulgou, na semana passada, um relatório destacando algumas descobertas da análise dos documentos. De acordo com o texto, o Serviço Interno de Tributos dos EUA não auditou Trump em três dos quatro anos de seu mandato em desacordo com as próprias regras do órgão.
Outros detalhes mostram ainda que em seu último ano na Casa Branca, em 2020, Trump não pagou imposto de renda mesmo com a arrecadação de milhões de dólares com seus negócios.
As responsabilidades tributárias e rendimentos do ex-presidente oscilaram significativamente nos anos analisados que incluíram a campanha e seu primeiro mandato. Pouco ou nenhum tributo foi pago por Trump ou Melania no período de 2015 a 2020 enquanto o casal pediu por altas restituições de impostos.
A divulgação destes dados pode trazer problemas legais para Trump em meio à tentativa de retorno à chefia do executivo dos EUA em 2024.
Outro golpe na campanha de Trump ocorreu ainda no início deste mês, quando a Câmara pediu às autoridades federais a indiciamento do ex-presidente depois de apoiadores invadirem o Capitólio em 2021. Na ocasião, ele foi acusado de obstrução da Justiça e insurreição.
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