
A reunião prevista para acontecer na parte da tarde entre o presidente eleito, Javier Milei, e o chefe de Estado em fim de mandato, Alberto Fernández, foi adiada depois que o ministro da economia Sergio Massa, e também derrotado nas urnas, fez declarações sobre a “responsabilidade” de Milei na economia.
Segundo a imprensa argentina, o clima entre eles é tenso e a passagem de bastão deve ocorrer a conta gotas.
Tensão
No final da apuração, quando o resultado do 2º turno já estava definido, houve uma conversa entre o Secretário Geral da Presidência, Julio Vitobello, e Karina Milei, irmã e braço direito do presidente eleito. O assunto era agendamento da reunião entre Fernández e Milei, mas a reunião, marcada para esta segunda-feira, acabou sendo adiada devido a divergências sobre o local.
“Milei quer que a reunião não ocorra nem em Olivos [a residência oficial da Presidência Argentina] nem na Casa Rosada [a sede do governo]. E Alberto é inflexível quanto a isso, porque é o que manda o protocolo”, disseram pessoas próximas ao atual presidente.
A versão oficial foi parcialmente validada pelo grupo de Javier Milei, que falou sobre a busca de um “local neutro” para a reunião. Enquanto os dois lados se culpavam mutuamente pelo fracasso do conclave, à tarde, o escritório de Milei afirmou que o presidente eleito não deixaria seu bunker durante todo o dia.
“Não é o cenário mais provável, mas pode ser hoje”, disseram pessoas próximas ao presidente, sem descartar a possibilidade no final do dia.
Dirigentes de ambos os setores conversaram intensamente e de maneira individual para acelerar uma transição ordenada, ministério por ministério, apesar das duras críticas de Milei a seu rival eleitoral, Sergio Massa, em vista dos rumores de um pedido de licença do Ministério da Economia.
“O que o ministro Massa fez ontem é surpreendente. Tirar uma licença depois de criar um desastre econômico para tentar ganhar uma eleição? Além disso, ele me acusa dos problemas que ele mesmo causou durante o último ano e meio”, disse Milei, à Radio Mitre.
Já podemos parar de fingir que a eleição na Argentina importa para alguma coisa nos mercados e focar no que realmente tem relevância, como os juros nos EUA?
— Faria Lima Elevator (@FariaLimaElevat) November 21, 2023