ATAQUES À DEMOCRACIA

Barroso: Brasil passou por processo de “atraso civilizatório”

Ministro participou virtualmente, ao lado de outros colegas da Corte, da conferência de Lide, em Lisboa.

Barroso: Brasil passou por processo de "atraso civilizatório"
(Crédito: Reprodução/ Youtube)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso disse que o Brasil passou por processo de “atraso civilizatório”. Ele participou virtualmente de uma palestra na conferência Lide, em Lisboa, e mencionou que o país vivenciou “absurda valorização do estilo Roberto Jefferson e Daniel Silveira.

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O ministro explicou que acha que “o Brasil viveu um período de atraso civilizatório marcado por um contexto em que se naturalizaram as ofensas, a grosseria, a difusão do ódio e a extração do que de pior havia nas pessoas”.

Barroso também falou sobre os ataques do dia 08 de janeiro explicando que não se tratou de um fato isolado e ressaltou a “politização das forças armadas” que acredita ter motivado, em parte, os atos dos golpistas. “Foi um processo histórico antecedido por ataques desrespeitosos e repetidos às instituições, pela absurda e indevida politização das Forças Armadas e por um discurso que era permanentemente golpista e que incluiu a tentativa de volta ao voto impresso com contagem manual”, explicou.

“Podem os senhores imaginar o que teriam sido as sessões eleitorais com essas hordas de pessoas violentas, truculentas e, muitas vezes, armadas em uma contagem pública manual de votos?”, acrescentou.

Sobre a fala, o ministro Alexandre de Moraes, que também participou da conferência Lide, disse precisar fazer uma “observação irresistível” em que lembrou o ocorrido na última quinta-feira (02), onde parlamentares que durante as eleições de 2022 defenderam a volta do voto escrito foram os mesmos a pedir a anulação de um processo de votação para a liderança da bancada evangélica que foi feita na modalidade manual porque a cédula poderia ser “facilmente fraudada”.

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Em seguida, Barroso também reforçou o enfrentamento do “desprezo” pela educação, ciência e cultura, bem como um “período relevante de risco democrático”, relembrando as prisões de Daniel Silveira e Roberto Jefferson.

Silveira (PTB-RJ) foi preso nesta semana após o fim de seu mandato como deputado federal e consequentemente da imunidade parlamentar. Ele já tinha sido preso em fevereiro de 2021 por ordem do STF depois de publicar vídeo ofendendo ministros do Supremo e defendendo o Ato Institucional nº 5 (AI-5), o mais duro do período da ditadura militar no Brasil.

Roberto Jefferson, ex-presidente do mesmo partido de Silveira, lançou granadas e atirou em policiais federais que tentavam prende-lo por ordem do STF após a publicação de vídeos descredibilizando o processo eleitoral e atacado ministros do Supremo Tribunal Eleitoral (TSE).

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