Candidato do PDT

Saiba os pontos abordados por Ciro Gomes no JN

Ciro Gomes foi o segundo entrevistado da série de sabatinas do Jornal Nacional.

Saiba os pontos abordados por Ciro Gomes no JN
O candidato do PDT acredita nos votos dos indecisos para conseguir sua chance de mudar o Brasil (Crédito: Reprodução/TV Globo)

Nesta terça-feira (23), o candidato entrevistado pelo programa Jornal Nacional (JN), da TV Globo, foi Ciro Gomes (PDT). A entrevista durou 40 minutos e foi comandada pelos jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos.

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A sabatina começa com Renata Vasconcellos perguntando para Ciro Gomes quais serão suas estratégias para unir um Brasil tão polarizado, já que também ataca os outros candidatos.

“Eu pretendo unir o Brasil ao redor de um projeto e, esse projeto, tem um diagnóstico. O Brasil vive hoje a mais grave crise se tomarmos em atenção números de desemprego, da fome… Fome, fome, fome, 33 milhões de pessoas estão com fome e 120 [milhões de pessoas] não fizeram as três refeições hoje. E há pessoas e grupos políticos responsáveis por essa tragédia. E eu acho, francamente, que a maior ameaça à democracia é o fracasso dela na vida do povo. Mas eu vou me esforçar para unir o Brasil, reconciliar o Brasil, o que não me parece haver contradição”, respondeu Ciro.

Corrupção

O tema surgiu no início da entrevista e Ciro disse que pretende fazer uma mudança no modelo político do país para evitar casos de corrupção.

“É o que se convencionou chamar de presidencialismo de coalizão na expressão elegante de Fernando Henrique Cardoso, ou nessa adesão vexaminosa e corrupta ao Centrão. Se a gente não chegar à conclusão, Bonner e Renata, de que este modelo é a certeza de uma crise eterna. Lula para cadeia, Dilma cassada, Collor cassado, FHC e o PSDB nunca mais disputaram uma eleição nacional e Collor cassado, e Bolsonaro desmoralizado agora. Minha proposta é transformar minha eleição não num voto pessoal, mas num plebiscito programático.”

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Renda mínima

Ciro Gomes apresentou uma de suas principais propostas de campanha: a criação de um programa social que suporte uma renda mínima de R$ 1.000 para famílias carentes do país.

“O que estou propondo é uma perna de um novo modelo previdenciário. Então, eu vou pegar o Benefício de Prestação Continuada, a aposentadoria-rural de muitos brasileiros que ainda remanescem que não contribuíram no passado, o seguro-desemprego e pegar todos os programas de transferência, especialmente o novo Bolsa Família, que é o Auxílio Brasil, e transformar em um direito previdenciário constitucional.”

Como forma de financiamento para o projeto, o candidato do PDT defende a taxação de grandes fortunas:

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“Eu vou agregar para fechar os R$ 297 bilhões dos recursos que já existem, eu vou agregar um tributo sobre grandes fortunas apenas e tão somente sobre os patrimônios superiores a R$ 20 milhões. Entenda bem: só 58 mil brasileiros têm um patrimônio superior a R$ 20 milhões (…) Cada super-rico no Brasil vai ajudar a financiar, com 50 centavos de cada 100 reais de sua fortuna, a sobrevivência digna de 821 brasileiros abaixo da linha da pobreza.”

Meio ambiente

Ciro Gomes defendeu que a preservação do meio ambiente passa pela implementação de uma economia sustentável e pelo treinamento da população em áreas de florestas, para que sua atividade produtiva não seja o simples desmatamento.

“Nós temos que fazer um grande esforço de retreinamento, de diversificação da atividade produtiva. Por que o nosso povo? Nosso povo só sabe desmatar, pega madeira de lei sensível, corta e ganha dois mil dólares por metro cúbico, dois metros cúbitos de mogno, ele não entende como é que ele vai passar fome, com o filho dele com fome, tendo que ir embora com aquela árvore ali podendo dar dois mil dólares com o contrabando absolutamente grave.”

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Saneamento Básico

Durante sua entrevista no JN, Ciro Gomes disse que considera parcerias entre Estado e empresas privadas para a melhora da questão do saneamento básico no Brasil, onde aproximadamente 100 milhões de cidadãos não têm acesso a esgoto encanado.

“A minha compreensão é de que a responsabilidade é pública, é estatal, mas a execução desse objetivo de universalizar o saneamento básico, abastecimento d’água, deve ser delegada a quem for mais eficiente de fazer. É preciso que a responsabilidade por garantir a harmonia do sistema de saneamento e abastecimento d’água seja do Estado. Mas a execução disso o Estado pode perfeitamente delegar se for possível”, declarou.

Pandemia

Relembrando a participação do presidente Jair Bolsonaro (PL) na entrevista do JN nesta segunda (22), Ciro afirma que o número de mortes causado pela pandemia no Brasil foi fruto de um “comportamento genocida”:

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“O Brasil, meu irmão, tem 3% da população do mundo e, no Brasil, morreram 11 de cada 100 pessoas que morreram no mundo na pandemia. Qual é a explicação? Foi o comportamento genocida, que é uma palavra ruim e dura, mas foi um comportamento anticiência, foi o adiamento eterno por politicagem barata com a questão das vacinas.” 

Considerações finais

Finalizando sua entrevista no JN, Ciro Gomes divulgou sua proposta de Lei Antiganância:

“Das cinco propostas que eu me propus a trazer hoje, eu ainda não apresentei uma delas, que é inédita. É a Lei Antiganância. Ela funciona assim: todo mundo do crédito pessoal, do cartão de crédito, do cheque-especial, ao pagar duas vezes a dívida que tem, fica quitado por lei. Essa é uma polêmica que estou apresentando aqui em homenagem a William Bonner e à Renata em primeira mão.”

Depois, pediu a oportunidade, aos eleitores, de “mudar” o Brasil:

“A você, meu irmão [se dirigindo à câmera], eu peço só uma oportunidade. Me ajude, me dê oportunidade de mudar o Brasil, é o que eu lhe peço. A ciência de errar é repetir as mesmas coisas do passado e imaginar que teremos um resultado diferente. Me ajude a livrar o Brasil dessa bola de chumbo do passado. Vamos nos esperançar de novo. Você que vota no Bolsonaro porque não quer o Lula de volta, me dá uma chance. Você que vota no Lula porque não quer mais o Bolsonaro, há um país para governar, me dê uma oportunidade. E você indeciso, sabe o quanto você representa? Mais da metade da população. Está na mão de vocês [indecisos] mudar o Brasil.” 

 

 

 

 

 

 

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