O presidente de Israel, Isaac Herzog, demonstrou interesse do país em negociar uma nova trégua entre o combate contra o Hamas. A medida busca uma nova abertura no resgate de reféns na Faixa de Gaza. “Israel está pronto para outra pausa humanitária e ajuda humanitária, para viabilizar a liberação de reféns”.
A decisão vem após duras críticas sobre os recentes ataques em Gaza, por parte de Israel. O grupo terrorista, entretanto, se recusa a abrir um debate para soltar prisioneiros enquanto a “guerra genocida de Israel continuar”, porém sinaliza que concorda com qualquer iniciativa para abrir as fronteiras e disponibilizar a chegada de insumos aos palestinos afetados.
I welcomed today more than 80 ambassadors and diplomats from around the world. I spoke with them about the ongoing situation in Gaza, and about our ongoing efforts to release the hostages held by Hamas.
I thanked them for their own respective nations’ efforts to release the… pic.twitter.com/UHM3L91O1N
— יצחק הרצוג Isaac Herzog (@Isaac_Herzog) December 19, 2023
Outra trégua
Se concretizado, este acordo será a segunda trégua durante o combate. No fim de novembro, as forças cessaram fogo por cerca de uma semana para a liberação de reféns. 86 mulheres e crianças foram soltas do controle do Hamas, em troca de 240 palestinos prisioneiros em Israel.
Em reunião com representantes na Polônia, na última segunda-feira (18), o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, o diretor do Mossad, David Barnea e o diretor da CIA, Bill Burns, discutiram a possibilidade de uma nova pausa.
“As conversas com os negociadores foram positivas, explorando e discutindo propostas diferentes para o avanço das negociações”, disse uma fonte à agência de notícias Reuters. “Um acordo, porém, não é iminente”.
Um encontro do Conselho de Segurança da ONU também ocorreu com esta pauta. Entretanto, a decisão para uma eventual pausa foi adiada.
Pressão internacional
Os ataques israelenses em Gaza acumulam números que preocupam países ao redor do mundo. A parte norte da região já foi quase que integralmente destruída, obrigando famílias palestinas a deslocar-se para abrigos e acampamentos. Dados apontam que cerca de 1,9 milhão de palestinos, 90% da população, abandonaram suas casas.
Com isso, nações como o Reino Unido e a Alemanha, expressaram o desejo de um fim do massacre. O presidente estadunidense Joe Biden também chamou os últimos bombardeios israelenses de “indiscriminados”.
A diretora do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Mirjana Spoljaric, afirmou o “fracasso moral” que é a guerra no Oriente Médio: “Tenho falado de fracasso moral porque cada dia que isto continua é mais um dia em que a comunidade internacional não se mostra capaz de acabar com níveis tão elevados de sofrimento e isto terá um impacto nas gerações, não apenas em Gaza”.